terça-feira, 14 de setembro de 2010

RECURSOS NATURAIS

Agricultura

           Em termos agrícolas, Angola é potencialmente um dos países mais ricos da África subsariana. Do seu solo cultivável algumas terras são tão férteis que podem suportar até duas colheitas por ano. No entanto, apenas 3% dos seus 8 milhões de hectares de terra arável estão a ser utilizados com esse fim, logo, o potencial de Angola em termos de agricultura é ainda muito vasto. Com um clima diversificado, Angola fornece inúmeras oportunidades para a agricultura comercial de uma grande variedade de colheitas tropicais e semitropicais, incluindo:
-Mandioca
-lnhame
-Sisal
-Milho
-Feijões
-Madeira
-Soja
-Arroz
-Tabaco
-Bananas 
-Óleo  
-Citrinos
-Cana-de-açúcar
-Café
-Algodão
-Girassóis  

Angola dispõe de um clima diversificado, o que possibilita a plantação de várias espécies de café, como o café Arábica (planta das zonas subtropicais) e o café Robusta (planta de um clima mais quente que o café Arábica). Até 1975, Angola foi o 4º produtor mundial de café, com produções na ordem das 220 000 T, nos anos anteriores à independência. O café constituiu a principal exportação de Angola até 1973, ano em foi substituído pelo petróleo.

Açúcar

            Ao longo dos anos, o crescimento das produções de açúcar foi regular apesar da estagnação da Açucareira de Bom Jesus e do encerramento Açucareira do Quissol em 1968, mas não permitiram, no entanto conservação das exportações nem após 1973 a cobertura do consumo nacional, devido ao consumo de açúcar pelas indústrias alimentares (fábricas de refrigerantes, cervejeiras, de biscoitos, etc.).
          No entanto, dadas as condições conjunturais pelas quais a República de Angola foi passando, e à semelhança do que aconteceu em todos ramos da indústria transformadora, o país pouco fez em termos investimento, o que provocou a deficiência dos equipamentos conseqüentemente, a redução contínua das produções, até à sua paralisação total, como aconteceu em todos os sub-ramos da indústria alimentar.
Analisando o desempenho da indústria açucareira nas décadas de 60 e 70, constata-se que as produções máximas foram obtidas nos anos de 71/72 e 72/73.
          A partir da colheita de 74/75, as produções de açúcar por diversas vezes foram decrescendo, tendo-se atingido em 1990 as menores de sempre até ao encerramento da última açucareira (Dombe-Grande), verificada 1991.

Pecuária

         Angola dispõe de diversas coberturas herbáceas, que, de acordo com respectiva composição florística, valor forrageiro e grau de plantabilidade correspondem a três tipos de pasto (doce, misto ou acre). Esta diversidade uma condição natural, favorável ao exercício da pecuária.

Silvicultura

        Existem grandes recursos florestais no Maiombe (Cabinda) e Dembos (Kwanza Norte). Nestas florestas existem espécies tropicais variadas, mais vulgarmente chamadas madeiras nobres ou exóticas, como ébano, o sândalo e o pau-rosa.
Para além destas madeiras nobres, existem ainda plantações de madeiras mais comerciais, como o eucalipto e o pinheiro, desenvolvidas período colonial, nomeadamente no Alto Catumbela, e na província Benguela. Em 1993, a área florestal angolana era de 51,9 milhões hectares, segundo estimativas da FAO (Organização para a Agricultura Alimentação).

Pesca

Angola dispõe de 1600 km de costa rica em cavala, atum, marisco e sardinhas. Dispõe ainda de inúmeros portos, o que também é uma condição favorável à prática da pesca.
Minerais

Angola dispõe de vastos depósitos de minerais, como:

-Diamantes
-Vanádio
-Ferro 
-Titânio
-Ouro 
-Crómio
-Fosfatos
-Berilo
-Manganês
-Caolino
-Cobre
-Quartzo
-Chumbo 
-Gipsita
-Zinco  
-Mármore
-Estanho 
-Granito
-Volfrâmio  

Só uma pequena parte destes recursos se encontra completamente avaliada. Desde a independência que a actividade mineira angolana se resume à extração de diamantes, nas províncias das Lundas, a nordeste, e em escalas mais reduzidas às extrações de mármore e granito no Sudoeste.

Diamantes

          Em Angola encontra-se dos melhores diamantes-jóia e as e as Lundas são uma das áreas diamantíferas mais importantes do mundo.

Energia

          Em termos energéticos, Angola possui diversidade e quantidade. Além de possuir inúmeros jazigos de petróleo, detém um potencial hidroelétrico notável e reservas de gás natural.

Petróleo

         A maior produção e a maior fonte de divisas. Industria recente, utilizando tecnologia de ponta, atinge elevados índices de rentabilidade.Dada a sua importância na economia angolana, o petróleo merece uma análise mais detalhada e devido à entrada de Angola na OPEP.
Desde o dia 1º de janeiro 2007, Angola passou a fazer parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). O país tem reservas de 8 bilhões de barris, 0,6% do total mundial, e sua produção foi de 1,41 milhão de barris/dia em 2006, 1,7% do total mundial. O petróleo angolano é predominantemente médio e leve (28-38º API) e seus principais mercados são China e Estados Unidos. A mudança resultou em incremento de 1,2 p.p. na participação da OPEP nas reservas mundiais que chegou a 69,1%. Por sua vez, houve incremento de 3,4 p.p. na participação da OPEP na produção mundial.
 As reservas de petróleo angolanas cresceram de 1,2 bilhões de barris em 1980 para 5,4 bilhões de barris em 1995, e foram estimadas em 8,0 bilhões de barris em janeiro de 2007.

Eletricidade

            Angola é um país atravessado por rios com um poderoso caudal, isto é, com um enorme potencial em termos de produção de energia hidroelétrica. De acordo com estimativas governamentais, em 1994 a produção de eletricidade era de 1028 milhões de quilovates-hora.
           Os seus níveis de produção são suficientes para que Angola possa planear vir a ser um exportador regional de energia hidrelétrica.
Angola faz também parte de uma associação internacional que visa a implementação de centrais hidroelétricas ao longo da fronteira com a Namíbia.
           Em circunstâncias normais, a fonte hidroelétrica é a principal origem de energia elétrica em Angola. No entanto, progressivamente as centrais foram ficando indisponíveis, passando-se a recorrer às fontes de energia termoelétrica a partir da segunda metade da década de 80.
         Assim, cerca de 80% da produção provém da energia hidroelétrica e os restantes 20% provêm de instalações térmicas.

ECONOMIA

A economia de Angola caracterizava-se, até à década de 1970, por ser predominantemente agrícola, sendo o café sua principal cultura. Seguiam-se-lhe cana-de-açúcar, sisal, milho, óleo de coco e amendoim. Entre as culturas comerciais, destacavam-se o algodão, o tabaco e a borracha. A produção de batata, arroz, cacau e banana era relativamente importante. Os maiores rebanhos eram de gado bovino, caprino e suíno.
Angola é rica em minerais, especialmente diamantes, petróleo e minério de ferro; possui também jazidas de cobre, manganês, fosfatos, sal, mica, chumbo, estanho, ouro, prata e platina. As minas de diamante estão localizadas perto de Dundo, no distrito de Lunda. Importantes jazidas de petróleo foram descobertas em 1966, ao largo de Cabinda, e mais tarde ao largo da costa até Luanda, tornando Angola num dos importantes países produtores de petróleo, com um desenvolvimento económico possibilitado e dominado por esta actividade. Em 1975 foram localizados depósitos de urânio perto da fronteira com a Namíbia.
As principais indústrias do território são as de beneficiamento de oleaginosas, cereais, carnes, algodão e tabaco. Merece destaque, também, a produção de açúcar, cerveja, cimento e madeira, além do refino de petróleo. Entre as indústrias destacam-se as de pneus, fertilizantes, celulose, vidro e aço. O parque fabril é alimentado por cinco usinas hidroelétricas, que dispõem de um potencial energético superior ao consumo.
O sistema ferroviário de Angola compõe-se de cinco linhas que ligam o litoral ao interior. A mais importante delas é a estrada de ferro de Benguela, que faz a conexão com as linhas de Catanga, na fronteira com o Zaire. A rede rodoviária, em sua maioria constituída de estradas de segunda classe, liga as principais cidades. Os portos mais movimentados são os de Luanda, Lobito, Benguela, Namibe e Cabinda. O aeroporto de Luanda é o centro de linhas aéreas que põem o país em contato com outras cidades africanas, europeias e americanas.

SUBDIVISÕES

Angola tem a sua divisão administrativa composta por 18 províncias (listadas abaixo). A divisão administrativa do território mais pequena é o Bairro na cidade, enquanto que nos meios rurais é a povoação.


  1. Bengo
  2. Benguela
  3. Bié
  4. Cabinda
  5. Kuando-Kubango
  6. Kwanza-Norte
  7. Kwanza-Sul
  8. Cunene
  9. Huambo
  10. Huíla
  11. Luanda
  12. Lunda-Norte
  13. Lunda-Sul
  14. Malanje
  15. Moxico
  16. Namibe
  17. Uíge
  18. Zaire


As províncias estão divididas em municípios, que por sua vez se subdividem em Comunas.
·               Lista de municípios de Angola por província

DEMOGRAFIA

Os habitantes de Angola são de diferentes etnias, com as seguintes porcentagens:
·         Africanos negros: 95%
·         Ovimbundos (37%), quimbundos (25%), bakongos (13%) e outros grupos nativos.
·         Mulatos: 2%
·         Caucasianos: 2%
·         Outros: 1%
Os principais centros urbanos, além da capital Luanda, são Lobito, Benguela, Huambo (antiga Nova Lisboa) e Lubango (antiga Sá da Bandeira). Apesar da riqueza do país em matérias-primas, a maioria da sua população vive em condições de pobreza.
 Indicadores Demográficos
- Taxa de natalidade (2002): 46 por mil
- Taxa de mortalidade (2002): 25,8 por mil
- Taxa de mortalidade infantil (est. 2006): 131,9/mil nascidos vivos
- Expectativa de vida: 42,7 anos (190º)
- Homem: 41,2 anos
- Mulher: 44,3 anos
- Estrutura por idade (2002):
- Menores de 15 anos: 47,7%
- de 16 a 59 anos: 47,9%
- Maiores de 60 anos: 4,4%

CULTURA

Línguas
O português é a única língua oficial de Angola. Para além de numerosos dialectos, Angola possui mais de vinte línguas nacionais. A língua com mais falantes em Angola, depois do português, é o umbundo, falado na região centro-sul de Angola e em muitos meios urbanos. É língua materna de 26% dos angolanos.
O quimbundo (ou kimbundu) é a terceira língua nacional mais falada (20%),com incidência particular na zona centro-norte, no eixo Luanda-Malanje e no Kwanza-Sul. É uma língua com grande relevância, por ser a língua da capital e do antigo reino dos N'gola. Foi esta língua que deu muitos vocábulos à língua portuguesa e vice-versa. O quicongo (ou kikongo) falado no norte, (Uíge e Zaire) tem diversos dialectos. Era a língua do antigo Reino do Congo. Ainda nesta região, na província de Cabinda, fala-se o fiote ou ibinda. O chocué (ou tchokwe) é a língua do leste, por excelência. Têm-se sobreposto a outras da zona leste e é, sem dúvida, a que teve maior expansão pelo território da actual Angola. Desde a Lunda Norte ao Cuando Cubango. Cuanhama (kwanyama ou oxikwnyama), Nhaneca (ou nyaneca) e Umbundo são outras línguas de origem bantu faladas em Angola. No sul de Angola são ainda faladas outras línguas do grupo khoisan, faladas pelos san, também chamados bosquímanos.
Embora as línguas nacionais sejam as línguas maternas da maioria da população, o português é a primeira língua de 30% da população angolana, proporção que se apresenta muito superior na capital do país —, enquanto 60% dos angolanos afirmam usá-la como primeira ou segunda língua.

CLIMA

Angola, apesar de se localizar numa zona tropical tem um clima que não é caracterizado por aquela condição, devido à confluência de três fatores:
·               A corrente fria de Benguela ao longo da parte sul da costa.
·               O relevo no interior.
·               Influência do deserto do Namibe, a sudeste.
Em consequência, o clima de Angola é caracterizado por duas estações, a das Chuvas, de Outubro a Abril e a do Cacimbo, de Maio a Agosto, mais seca e com temperaturas mais baixas. Por outro lado, enquanto a orla costeira apresenta elevados índices de pluviosidade, que vão decrescendo de Norte para Sul, e dos 800 mm para os 50 mm, com temperaturas médias anuais acima dos 23 °C, a zona do interior, pode ser dividida em 3 áreas:
·               Norte, com grande pluviosidade e temperaturas altas.
·               Planalto Central, com uma estação seca e temperaturas médias da ordem dos 19 °C.
·               Sul com amplitudes térmicas bastante acentuadas devido à proximidade do deserto do Kalahari e à influência de massas de ar tropical.
Uma área bastante fértil, com exceção do deserto do Namibe, que começa a sul na cidade de Benguela ( já com influência climática do deserto) fazendo fronteira com a Namíbia (foz do Cunene) e estende pelo Parque Nacional do Iona e a Reserva do Namibe. O clima existente a sul é árido ou semi-árido, estendendo-se pelas províncias do sul de Namibe, parte sul da Huíla, Cunene, e Cuando Cubango que contêm estepes secas e fraca fertilidade.
No interior leste e central, existe uma grande meseta continental com uma altitude em média superior a 400 metros acima do nível do mar e com estepes férteis assistindo-se a uma pluviosidade acima da média nas províncias centrais de Benguela (interior), Bié e Huambo, sendo a sua capital uma das mais altas cidades angolanas, situando-se a 1705 m de altitude. Essa meseta estende-se para o interior norte e norte pelas províncias do Zaire, Uíge, Cuanza Norte, Malange, Bié, Moxico, Lunda. Norte e Sul onde existem savanas, matas e selvas tropicais bastante férteis e com grandes riquezas naturais. Os verões são quentes e secos, os invernos são temperados.

GEOGRAFIA

Angola situa-se na costa atlântica Sul da África Ocidental, entre a Namíbia e o Congo. Também faz fronteira com a República Democrática do Congo e a Zâmbia, a oriente.
O país está dividido entre uma faixa costeira árida, que se estende desde a Namíbia chegando praticamente até Luanda, um planalto interior úmido, uma savana seca no interior sul e sudeste, e floresta tropical no norte e em Cabinda. O rio Zambeze e vários afluentes do rio Congo têm as suas nascentes em Angola. A faixa costeira é temperada pela corrente fria de Benguela, originando um clima semelhante ao da costa do Peru ou da Baixa Califórnia.
SAVANAS
Catástrofes naturais: Entre as províncias de Huíla e do Cunene existe o Huíla Plateau que devido à grande precipitação, em certas alturas do ano existem cheias, nomeadamente na zona de Mupa, onde existe um Parque Nacional para proteger a sua zona alagadiça.
A maioria dos rios de Angola nasce no planalto do Bié. Os principais são: Cuanza, Cuango, Cuando, Cubango e  Cunene.O território de Angola situa-se na costa ocidental de África, encontrando-se limitado entre os Paralelos 4 graus e 22 minutos e 18 graus e 03 minutos de latitude sul, entre os meridianos 11 graus e 41 minutos e 24 graus e 05 minutos Este de Greenwich.
Problemas ambientais: Entre muitos outros, temos como principais problemas ambientais, a falta de água potável por deficiente retenção da mesma em reservas que servem as populações e não tanto por falta desta, situação que agora com a Paz, esta situação já criou, em 1987, uma epidemia de cólera em Luanda. A erosão do solo devido à desflorestamento provocada pelo corte de madeiras para exportar, nomeadamente nas zonas do norte de Angola e no território de Cabinda, e deficiente gestão florestal, para além do corte as queimadas provocadas pelos agricultores, as pastagens intensivas de gado, o abastecimento de madeira para combustível caseiro de grandes concentrações de refugiados junto ás grandes cidades e o aumento do deserto do Namibe a sul são as outras causas para o aumento da desertificação.
Esta situação agravada pela guerra civil e pela pressão populacional em certos pontos onde havia uma riqueza de biodiversidade, fez com que esta diminuísse substancialmente. As pressões populacionais a falta de tratamento dos esgotos e o pouco cuidado na extração dos recursos naturais como o ouro, os diamantes e petróleo levantam grandes problemas em termos de poluição pluvial.